11º Morgado de Pindela, 7º senhor do Prazo de Arnoso, 5º Morgado dos Guerras em Guimarães, Col. particular
Casou a 18.5.1823 com D. Carlota Carolina Corrêa de Moraes de Almada Machado e Castro (n. 1.07.1796 – f. 25.04.1861), filha do Marechal de Campo Graduado Martinho Correia de Morais e Castro, (1771-1833), 1º Visconde da Azenha, veterano da Guerra Peninsular.
Com efeito, em 1809, seu sogro era Major agregado do Regimento de Cavalaria nº 9 tendo sido nomeado pelo General Francisco da Silveira Pinto da Fonseca comandante de Cavalaria nas forças que reuniu em Chaves e participado na defesa de Amarante contra os Franceses, sob o comando do General Loison. Em 1813 era Tenente-Coronel – comandante do Regimento de Cavalaria nº 11, integrado na Brigada sob o comando do Marechal de Campo Thomas Bradford.
Em Junho de 1823, com 25 anos de idade, Vicente Melo Pinheiro Figueira foi destacado protagonista da reacção contra o Vintismo que grassou em Guimarães e um pouco por todo o país e que culminou na aclamação de D. João VI como rei absoluto. Em Maio de 1828, após a convocatória das Cortes por D. Miguel, Vicente Pinheiro disputa as eleições para dos procuradores do concelho de Guimarães, não tendo porém sido eleito. Com o desembarque das tropas liberais e a ocupação do Porto sob o comando de D. Pedro, duque de Bragança, criam-se os Batalhões de Voluntários Realistas e Vicente Pinheiro oferece-se de imediato como voluntário, sendo em breve nomeado Capitão do Batalhão de Voluntários Realistas de Guimarães. Participou no combate de Ponte de Ferreira, em 23 de Julho de 1832, e noutras acções contra a cidade do Porto em 29 de Setembro de 1832[6].
Por estas últimas, foi condecorado com o grau de cavaleiro da Ordem da Torre e Espada, pelo Decreto de 26 de Outubro de 1832, por força da Carta Régia de 14 de Setembro de 1832 dirigida ao Tenente-General Visconde do Peso da Régua (cf. ANTT – MR – Livro 1123). Seu cunhado o Coronel Bernardo, futuro visconde de Azenha foi igualmente condecorado na mesma data[7].
Tanto mais interessante, quanto o retrato terá sido verosimilmente pintado já depois de terminada a guerra civil com a derrota do partido realista, sendo rara a iconografia, desta época, com representações da ordem da Torre e Espada joanina. Cumpre relembrar que o Regente D. Pedro, duque de Bragança havia entretanto criado em 1832, uma ordem de mérito denominada – Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, com novas insígnias, a fim de galardoar os que combatiam pela Causa Liberal.
[1] cf. Paulo Estrela, Ordens e Condecorações Portuguesas 1793-1824, Lisboa, Tribuna da História, 2009, p. 233.
[2] Ibidem, 245.
[3] Cf. Vasco Pulido Valente, Os Militares e a Política (1820-1856), Lisboa, IN-CM, 2005, pp. 23-31.
[4] João Afonso Machado, O Morgadio de Pindela, Porto, ed. do Autor, 199, p.86.
[5] Coronel António José Pereira da Costa (coord.), Os Generais do Exército Português, II volume, Tomo 1, Lisboa, Biblioteca do Exército, 2005, pp. 169-170.
[6] João Afonso Machado, ibidem, pp. 83-88.
[7] Agradeço a informação ao Paulo Estrela.