
2º Visconde de Pindela
(Guimarães, 23.IV.1852 – Pindela, 14.IV.1922)
Filho primogénito de João Machado Pinheiro Correia de Melo, 1º visconde de Pindela e de sua 2ª mulher, D. Eulália Estelita de Freitas Rangel de Quadros
Casou em Lisboa, a 23 de Maio de 1889, com D. Maria Amália de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, n. 28.12.1855 e f. 14.04.1918, filha do 2º Conde de Vila Real e senhor do Morgado de Mateus e de sua mulher D. Júlia Braamcamp de Almeida Castelo-Branco.
Em 1879 concluiu a formatura em Direito na Universidade de Coimbra e, em Novembro, foi nomeado Governador de S. Tomé e Príncipe pelo governo progressista de Anselmo José Braamcamp, cargo que exerceria até final de 1881, já com Fontes Pereira de Melo na presidência do Ministério e Melo Gouveia, na pasta da Marinha e Ultramar.
Nas eleições de 29 de Junho de 1884, ganhas pelos regeneradores é eleito deputado pelo círculo de Braga para a 25ª legislatura.
Em Fevereiro de 1886 chega ao poder o novo líder dos progressistas José Luciano de Castro que preside ao Governo, com Henrique Barros Gomes na pasta dos Estrangeiros. O governo nomeia-o então Ministro Plenipotenciário, em Haia. No mesmo ano, Dom Luís I por decreto de 20 de Maio e carta de 8 de Julho concede ao visconde de Pindela uma segunda vida no título, na pessoa de seu filho Vicente Pinheiro Machado.
Em 1893 é transferido para Berlim como Ministro Plenipotenciário, cargo em que se mantém até à implantação da República em 1910, período em que se sucederam 5 governos até ao Regicídio e 6 em apenas cerca de dois anos e meio, no reinado de D. Manuel II.
Em 1895 participa na organização da viagem do rei D. Carlos I à Alemanha, visita que seria retribuída pelo Kaiser Guilherme II, em 1905. Pela sua colaboração na negociação e assinatura do acordo Luso-Alemão de comércio, D. Carlos I confere-lhe a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, em 1902.

Na Casa de Pindela recebeu grandes personalidades da cultura, da política e da diplomacia da época, destacando-se alguns dos ilustres membros do grupo dos «Vencidos da Vida», como Eça de Queirós, Ramalho Ortigão e o Conde de Ficalho. Seu amigo, o poeta e diplomata António Feijó foi um dos assíduos visitantes de Pindela[1]
Grande coleccionador de armaria reuniu um importante acervo de armas brancas e de fogo e de armaduras dos séculos XV-XIX, portuguesas e estrangeiras. Parte da colecção de armas brancas viria a ser vendida ao Estado e encontra-se hoje exposta no Paço Ducal de Guimarães[2]. Notável também a sua colecção de gravuras a talhe doce que vieram embelezar Pindela após se ter retirado da vida diplomática e política.
Foi também um apaixonado pela Caça, desporto que praticava com entusiasmo acompanhado de célebres matilhas de cães das raças Galgo e Podengo, que criava e seleccionava para o efeito.
o Banda e placa de Grã-Cruz da Ordem de Cristo (1895)
o Placa de Comendador
da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (1880)
o Placa de
Grã-Cruz da Ordem da Coroa da Prússia
o Placa de Grã-Cruz da Ordem da
Coroa
de Ferro, do Império Austro-Húngaro
o Placa de Grã-Cruz da Ordem
da Casa
Ducal de Saxe-Ernestina
o Placa de Grã-Cruz da Ordem de Alberto,
do reino de
Saxe
o Placa de Comendador da Ordem de Casa de Hohenzollern,
da Prússia
o Uma das placas encontra-se oculta pela banda, mas pensamos
poder tratar-se da placa de Grã-Cruz Ordem do Leão, dos Países-Baixos.
Após a proclamação da República retirou-se da vida pública e retirou-se para a sua Casa de Pindela, situada cerca de Vila Nova de Famalicão.
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Publicou:
Vicente Pinheiro Lobo Machado de Mello e Almada, As ilhas de S. Thomé e Príncipe (notas de uma administração colonial), Lisboa : Typographia de Academia Real das Sciências, 1884
__________, Administração Colonial, Lisboa, 1885;
_________, Discussão do Acto Geral da Conferência de Berlim — Política Colonial [Discurso], Lisboa, 1885.
__________, Árvores genealógicas dos Senhores de Pindella, Braga, 1869.
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João Afonso Machado, O Morgadio de Pindela, Porto, ed. do Autor, 1999, capítulo XIV