12.º e último administrador dos morgadios de Pindela, 6.º dos Guerras em Guimarães e senhor do prazo do mosteiro de Santa Maria de Arnoso
Casou duas vezes, a 1ª em Guimarães, a 17.01.1839, com D. Maria do Carmo Cardoso de Menezes Barreto do Amaral (1823- 1851) e a 2ª, em Guimarães, a 19.01.1853 com D. Eulália Estelita de Freitas Rangel de Quadros (n. 26.10.1827 – f. 19.01.1920), filha de um opulento negociante. De ambos os casamentos houve descendência.
Na sequência da revolta da Maria da Fonte que culminou na queda de Costa Cabral, na nomeação do governo de transição presidido pelo Duque de Palmela seguido pelo governo de inspiração cartista, do Duque de Saldanha, em Outubro de 1846, eclodiu uma revolta no Porto que conduziu à constituição da Junta Governativa do Porto, presidida pelo conde das Antas e que deu lugar a uma guerra civil conhecida como guerra da Patuleia.
Com o começo da Regeneração em 1851, com o governo do Marechal Saldanha, João Machado Pinheiro adere ao Partido Regenerador o que lhe valeu a nomeação para Presidente da Câmara Municipal de Guimarães de 1852-53 e de novo em 1858-59 e 1860-62. Em 1860-61 é eleito deputado pelo círculo de Guimarães tendo sido reeleito em 1865[2].
O título de visconde de Pindela foi-lhe concedido por decreto de 31-01-1854 de D. Pedro V.
Em 1871, o visconde de Pindela rompe com o Partido Regenerador aderindo em 1876 ao Partido Progressista de Anselmo Braamcamp, sendo nomeado Presidente da Câmara Municipal de Braga em 1876-1879 e Governador Civil, de 05.06.1879 a 23.03.1881 e de 08.10.1886 a 20.12.1888.
Era Comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (1866), Grã-Cruz da Ordem de Isabel, a Católica, de Espanha (1872)[3] e Medalha de Prata de Distinção e Prémio concedido ao Mérito, Filantropia e Generosidade (vulgarmente conhecida por Medalha de D. Maria II).Esta última condecoração foi-lhe atribuída pelo Decreto 13 Outubro 1868 pelos serviços prestados por ocasião do incêndio ocorrido em 22.6.1868 no edifício da padaria militar na cidade de Braga.
« Decreto de 13 Outubro 1868, D.L. 292 / 1868 Visconde de Pindella, Conselheiro
João Machado Pinheiro Correia de Mello, antigo Deputado da nação portuguesa
Gabriel José, Soldado Porta-Machado, nº 44 da 1ª Comp. do Rgt. Infª nº 8 Joaquim
de Basto, Soldado Porta-Machado, nº 32 da 2ª Comp. do Rgt. Infª nº 8 Manuel
Funtão, Soldado Porta-Machado, nº 53 da 8ª Comp. do Rgt. Infª nº 8 Pelos bons
serviços que prestaram por ocasião do incêndio ocorrido no dia 22 de Junho de
1868, no edifício da Padaria militar estabelecida na cidade de Braga.» (cortesia
do nosso amigo e colaborador – Paulo Estrela).
No retrato acima veste farda de Governador Civil e ostenta a Banda e Placa de Grã-Cruz da Ordem de Isabel, a Católica, a Placa e a medalha suspensa de fita, de comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e a Medalha de Prata de D. Maria II.
[1] João Afonso Machado, O Morgadio de Pindela, Porto, ed. do Autor, 199, p. 93-94.
[2] Ibidem, pp. 97-99
[3] Autorizado a aceitar a condecoração por Despacho de 18 de Junho de 1875 («Diário de Governo», nº 142, 28 de Junho de 1875) informação gentilmente fornecida por Paulo Estrela, colaborador do «Phalerae».